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Inclusão Social na Prática

Todos somos diferentes e por que não aceitar a diversidade humana? Essa é a pergunta que fazemos quando pensamos no porquê da inclusão de pessoas com necessidades especiais ser uma batalha.

Uma briga que vem de muitos anos e se intensificou com a Declaração de Salamanca (Espanha-1994) que teve origem na Declaração Mundial de Educação para Todos, inspirada no princípio de respeito às diferenças, promovendo a aprendizagem e atendendo às necessidades de cada um. Hoje, a inclusão social e educacional é tema de muitas discussões na sociedade e ainda estamos caminhando para sua implantação adequada.

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Para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada a partir do entendimento de que ela é que precisa ser capaz de atender às necessidades de seus membros. Buscar estratégias que se traduzam em melhores condições de vida para população, na igualdade de oportunidades para todos os seres humanos e na construção de valores éticos socialmente desejáveis por parte dos membros das comunidades escolares, é uma maneira de enfrentar essa situação e um bom caminho para um trabalho em busca da democracia e da cidadania. O desenvolvimento (por meio da educação, reabilitação, qualificação profissional etc.) das pessoas com necessidades especiais deve ocorrer dentro do processo de inclusão e não como um pré-requisito para estas pessoas poderem fazer parte da sociedade.

A prática da inclusão repousa em princípios até então considerados incomuns, como a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana e a aprendizagem através da cooperação.

A inclusão da pessoa com necessidades especiais está além de um espaço para o trabalho, está na aceitação e reconhecimento das diferenças. Geralmente essa aceitação está acompanhada de sentimentos de pena e segundo Marques, em seu artigo Integração: Uma via de mão dupla na cultura e na sociedade, no livro A integração de pessoas com deficiência: contribuições para uma reflexão sobre o tema. (Ed. SENAC, 1997) “o caminho para superação desta questão está na busca e no encontro de um sentido para a existência humana, cujo sujeito, o homem, não está determinado por sua condição física, mental ou sensorial, mas principalmente por seu modo de ser autêntico e único”.

Para uma inclusão ideal, é necessário que todos sejam aceitos e respeitados, que haja acessibilidade em ruas, locais de lazer e transporte, e, além disso, que tenham o direito de inclusão, preferencialmente, na rede regular de ensino. Estar incluso na escola não significa simplesmente estar matriculado e frequentando as aulas, mas que sejam superadas as dificuldades que ainda hoje existem de recursos humanos, arquitetônicos, pedagógicos e físicos. A inclusão, abrangendo conceitos como respeito mútuo, compreensão e apoio, não é uma tendência, um processo ou um conjunto de procedimentos educacionais passageiros a serem implementados. Ao contrário, a inclusão é um valor social que, considerado desejável, torna-se um desafio no sentido de determinar modos de conduzir nosso processo educacional para promovê-la. No entanto, a inclusão educacional não depende somente das adaptações das escolas, é necessário preparar os professores para que eles saibam receber os alunos com qualquer tipo de dificuldade, preparar os pais para que eles possam participar do processo educacional no dia-a-dia do filho.

A inclusão não é uma questão de solidariedade, mas um direito. Aprender é uma ação humana que pode ser realizada por todos. Cabe a sociedade fazer sua parte para que não continue promovendo a exclusão em suas formas mais subtis e cruéis.


Cristiane Perini
Psicóloga e Psicopedagoga
CRP 06/53863-2

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