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Distúrbio do Processamento Auditivo (DPA): Terapia e suas Contribuições

O desenvolvimento normal da linguagem e da escrita é resultado em grande parte de um processamento adequado, dentre outras vias de informação, como a visual e tátil-cinestésica, das informações pela via da audição. Não basta escutar os sons, é preciso que o som seja analisado e interpretado, para que se transforme em uma mensagem com significado.

Quando as habilidades auditivas não estão bem desenvolvidas, torna-se muito difícil aprender sem assistência especial, mesmo tendo inteligência normal, motivação e saúde. As pessoas com Distúrbio do Processamento Auditivo (DPA) escutam os sons, mas têm dificuldade de entendê-los, armazená-los e localizá-los.

São comportamentos característicos dos indivíduos com DPA alterações na comunicação oral ou na utilização de regras gramaticais, inversões de grafemas, alterações da noção de lateralidade, agitação, hiperatividade ou apatia, memória auditiva prejudicada e dificuldade em compreender a mensagem acústica em ambientes ruidosos.

Após avaliação e diagnóstico de DPA, é necessária a conduta terapêutica do fonoaudiólogo, pois as habilidades auditivas podem e devem ser reabilitadas. A terapia do processamento auditivo terá o objetivo de desenvolver as habilidades auditivas de atenção seletiva, detecção e localização sonora, sensação, discriminação, reconhecimento e memória auditiva, para que este possa adquirir consciência fonológica e, assim, favorecer o aprendizado pelo canal auditivo, além de possibilitar a compreensão de conversações nos mais diversos ambientes e situações.

O programa de treino auditivo deve ser frequente e intenso, normalmente são realizadas em torno 10 sessões com duração de 45 minutos cada. As atividades realizadas também devem ser desafiantes, com o objetivo de liberar a produção dos neurotransmissores dopamina e acetilcolina, os quais facilitam o processo de aprendizagem.

Existe diversas abordagem de treino auditivo (formal ou informal) que podem promover modificações positivas no comportamento auditivo. Destaca-se o treinamento auditivo acusticamente controlado, que é realizado em cabina acústica e com o auxilio do audiômetro, pois este possibilita controlar os estímulos, a intensidade e o ambiente acústico, tornando o treino mais intenso e desafiador ao sistema auditivo.

Na literatura há evidencias que o treinamento auditivo melhora o acesso à informação auditiva possibilitando que o paciente possa comunicar-se melhor em ambiente desfavorável, utilizando menor esforço e consequentemente melhorando seu desempenho em tarefas de grande demanda auditiva.

O DPA pode ocorrer de forma isolada ou estar associado com outras alterações, como o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade, déficits de linguagem, dificuldades de aprendizagem, perda audição ou como consequência do envelhecimento normal. A avaliação de uma equipe interdisciplinar permite melhor conduzir o diagnóstico e planejamento terapêutico.


Dra. Elisiane Miranda
Fonoaudióloga
CRFa – 02-8651/7

Fernanda Regina Perucci Bolognesi
Fonoaudióloga
CRFa – 02-5963

ABC Aprendizagem